Cartaz gerado, a partir de fotos e indicações nossas, por uma assitente de IA (ChatGPT). A imagem representa os últimos moicanos do nosso blogue...
As instruções foram estas: Posso juntar as fotos de rosto (sem niomes) dos editores e colaboradores do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (eles são 10 ) e pedir-te um favor ? Fazeres uma composição, em grupo, com eles vestidos de "índios moicanos" ou inseridos em "ambiente moicano"... Eles são, metaforicamente falando, os "últimos moicanos", os sobreviventes de um projeto, com mais de 20 anos, de partilha, na Net, de memórias e afetos entre antigos combatentes da guerra da Guiné (1961/74), que a lei da vida vai fazendo desaparecer. Felizmente estes ainda estão vivos.Vou mandar as fotos são 11. Mas já sei que tu só aceitas 10. O 11º (por sinal, o Jorge Araújo, "ranger", está a preparar-se para ir para o mato, numa operação à "Ponta do Inglês"!, pelo que náo aparece na imagem de grupo, uns sentados e outros de pé, à volta da fogueira.
Legenda (possível): 1= Virgínio Briote (oiu será o 4 ?) | 2=João Martins | 3= Cherno Baldé | 4= Humberto Reis (ou será o 1) | 5=Patrício Ribeiro | 6= Luís Graça | 7 = Carlos Vinhal | 8 = Edurado Magalhães Ribeiro | 9 = Mário Beja Santos | 10 = Hélder Sousa | 11 = (omisso, Jorge Araújo)
Infografia: LG + ChatGTP (2025)
1. A metáfora do "último dos moicanos" é aplicável aos "último dos soldados do império" ? (*)
Sim e não... A expressão "o último dos moicanos" é usada como referência aos últimos sobreviventes ou resistentes de uma causa, de um povo, de uma era, etc.
Inspirada na obra literária de James Fenimore Cooper ("O Último dos Moicanos" que eu nunca li, data de 1826, quando muito posso ter a "história" nalguma banda desenhada na minha infància), o uso da metáfora evoca uma sensação de resistência solitária, de testemunho de um mundo desaparecido ou em vias de desaparecer... (E temos tantos exemplos de comunidades, organizações, causas, movimentos, etnias, povos, nações, etc., a começar por África, a quem podíamos chamar "os últimos moicanos")...
Penso que a expressão ficou no ouvido sobretudo de quem viu o filme, baseado naquela obra literária, e que adoptou o título homónimo, de 1992, "O último dos moicanos", do realizador norte-americano Michael Mann.
Sim e não... A expressão "o último dos moicanos" é usada como referência aos últimos sobreviventes ou resistentes de uma causa, de um povo, de uma era, etc.
Inspirada na obra literária de James Fenimore Cooper ("O Último dos Moicanos" que eu nunca li, data de 1826, quando muito posso ter a "história" nalguma banda desenhada na minha infància), o uso da metáfora evoca uma sensação de resistência solitária, de testemunho de um mundo desaparecido ou em vias de desaparecer... (E temos tantos exemplos de comunidades, organizações, causas, movimentos, etnias, povos, nações, etc., a começar por África, a quem podíamos chamar "os últimos moicanos")...
Penso que a expressão ficou no ouvido sobretudo de quem viu o filme, baseado naquela obra literária, e que adoptou o título homónimo, de 1992, "O último dos moicanos", do realizador norte-americano Michael Mann.
O filme passou na RTP1. Não o vi. Aqui a sinopse:
(...) "Uma história de amor sem fronteiras, uma recriação detalhada da turbulenta América colonial do século XVIII
Baseado no livro de James Finimore Cooper, 'O Último dos Moicanos', é uma história de amor sem fronteiras, uma recriação detalhada da turbulenta América colonial e uma saga excitante sobre a guerra entre ingleses e franceses, no século XVIII, por um pedaço do solo americano. Hawkeye é um homem criado por índios e que luta por justiça e pelos princípios moicanos. Cora Munro é filha de um oficial britânico. Eles apaixonam-se e juntos enfrentam a ira do cruel e vingativo Magua."(...)
Ao aplicar esta metáfora (que é mais uma expressão de humor de caserna do que uma "verdade histórica"...), o Abílio Magro & Companhia (**), os últimos militares portugueses a deixar Bissau em setembro e outubro de 1974, bem podiam descrevem-se a si próprios como os últimos estafetas de uma corrida de 500 anos, os remanescentes de um poder (colonial) que acabava de passar à História.
Sem o dramatismo da saída dos americanos de Saigáo, eles eram os últimos representantes de um exército que "passava a bola", o poder, aos "novos senhores da guerra", o PAIGC... Sem derrota militar, acrescente-se!"...
Baseado no livro de James Finimore Cooper, 'O Último dos Moicanos', é uma história de amor sem fronteiras, uma recriação detalhada da turbulenta América colonial e uma saga excitante sobre a guerra entre ingleses e franceses, no século XVIII, por um pedaço do solo americano. Hawkeye é um homem criado por índios e que luta por justiça e pelos princípios moicanos. Cora Munro é filha de um oficial britânico. Eles apaixonam-se e juntos enfrentam a ira do cruel e vingativo Magua."(...)
Ao aplicar esta metáfora (que é mais uma expressão de humor de caserna do que uma "verdade histórica"...), o Abílio Magro & Companhia (**), os últimos militares portugueses a deixar Bissau em setembro e outubro de 1974, bem podiam descrevem-se a si próprios como os últimos estafetas de uma corrida de 500 anos, os remanescentes de um poder (colonial) que acabava de passar à História.
Sem o dramatismo da saída dos americanos de Saigáo, eles eram os últimos representantes de um exército que "passava a bola", o poder, aos "novos senhores da guerra", o PAIGC... Sem derrota militar, acrescente-se!"...
O que os tugas disseram aos discípulos de Amílcar Cabral, foi: "Agora mostrem o que valem"!... (É evidente, sabemo-lo, hoje: infelizmente, o PAIGC não tinha gente nem condições para fazer o país que o líder histórico sonhava.)
É claro que a expressão também carrega um misto de melancolia, nostalgia, saudade... (A Guiné, as suas paisagems, as suas gentes, mais do que a guerra, ficaria nas nossas boas memórias, e temos lá voltado em "turismo de saudade", os "tugas" são desconcertantes, são sentimentais, são solidários...).
Objetivamente falando, o Abílio Magro & Companhia foram também as derradeiras testemunhas de um "capítulo da História de Portugal" (como se a História tivesse capítulos, com princípio, meio e fim...).
Capítulo que não se encerrava definitivamente. Afinal, a Guiné-Bissau é um país que quer (e que precisa de) continuar a manter relações, agora menos assimétricas, com Portugal: é cá que vêm tratar-se no SNS (e infelizmente também morrer) os antigos dirigente ou combatenets do PAIGC (como o Luís Cabral, em 2009, o Aristides Perereira, em 2011, o Duke Djassy, em 2025,. só para citar alguns que me ocorrem de momnetp), é cá que muitos doentes vêm fazer hemodiálise, é cá que os muitos dos seus futuros médicos, engenheiros, professores, advogados, etc., estudam, é cá que muitos guineenses vivem e trabalham, etc.
Para além do facto histórico (a saída dos últimos militares portugueses, que de resto já lá voltaram, mas agora em "missões de paz" da ONU...) a expressão traduz sobretudo um estado de espírito.
Para alguns, sim, poderá ter sido um sentimento de abandono e de desilusão. Foi, por certo, mais para os nossos camaradas guineenses, a que fora prometida uma paz honrosa... e que optaram por ficar na sua terra (em rigor, não tinham alternativa, Portugal não era a sua casa).
Nunca tendo sido uma colónia de povoameno, a Guiné não desperta, por parte dos "civis" que lá nasceram, viveram ou trabalharam o mesmo sentimento de "saudosismo" que experimentam os "retornados" de Angola e Moçambique...ainda hoje.
Acredito que houvesse, nessa época, uma atmosfera ambivalente, em Bissau, de nervosismo, ansiedade e alívio, capaz de gerar sentimentos contraditóriso: afinal, os "tugas" estavam desejosos de regressar a casa e em Lisboa os jovens gritavam "nem mais um soldado para as colónias"... Estupidamente ?
É claro que a expressão também carrega um misto de melancolia, nostalgia, saudade... (A Guiné, as suas paisagems, as suas gentes, mais do que a guerra, ficaria nas nossas boas memórias, e temos lá voltado em "turismo de saudade", os "tugas" são desconcertantes, são sentimentais, são solidários...).
Objetivamente falando, o Abílio Magro & Companhia foram também as derradeiras testemunhas de um "capítulo da História de Portugal" (como se a História tivesse capítulos, com princípio, meio e fim...).
Capítulo que não se encerrava definitivamente. Afinal, a Guiné-Bissau é um país que quer (e que precisa de) continuar a manter relações, agora menos assimétricas, com Portugal: é cá que vêm tratar-se no SNS (e infelizmente também morrer) os antigos dirigente ou combatenets do PAIGC (como o Luís Cabral, em 2009, o Aristides Perereira, em 2011, o Duke Djassy, em 2025,. só para citar alguns que me ocorrem de momnetp), é cá que muitos doentes vêm fazer hemodiálise, é cá que os muitos dos seus futuros médicos, engenheiros, professores, advogados, etc., estudam, é cá que muitos guineenses vivem e trabalham, etc.
Para além do facto histórico (a saída dos últimos militares portugueses, que de resto já lá voltaram, mas agora em "missões de paz" da ONU...) a expressão traduz sobretudo um estado de espírito.
Para alguns, sim, poderá ter sido um sentimento de abandono e de desilusão. Foi, por certo, mais para os nossos camaradas guineenses, a que fora prometida uma paz honrosa... e que optaram por ficar na sua terra (em rigor, não tinham alternativa, Portugal não era a sua casa).
Nunca tendo sido uma colónia de povoameno, a Guiné não desperta, por parte dos "civis" que lá nasceram, viveram ou trabalharam o mesmo sentimento de "saudosismo" que experimentam os "retornados" de Angola e Moçambique...ainda hoje.
Acredito que houvesse, nessa época, uma atmosfera ambivalente, em Bissau, de nervosismo, ansiedade e alívio, capaz de gerar sentimentos contraditóriso: afinal, os "tugas" estavam desejosos de regressar a casa e em Lisboa os jovens gritavam "nem mais um soldado para as colónias"... Estupidamente ?
Não é que houvesse um clima de hostilidade contra os "tugas", nesses últimos dias de setembro e princípios de outubro...
Nada disto é racional: quem está com um pé para ser chamado para a a tropa e a guerra (como eram os estudantes da época), e quem já lá estava, escutando com ansiedade para as notícias de Lisboa e olhando com nervosismo para o relógio e o calendário (náo havia televisão em Bissau...), só queria é que a maldita guerra acabasse...para poder tratar da sua vidinha...
Aconteceu em Lisboa, em 1974, como acontece hoje em Kiev, em Moscovo, em Tele Avive, em Gaza...
"Nem mais um soldado para as colónias!"... Slogan que irritava solementye os desgraçados dos "últimos moicanos"....Afinal, alguns desses jovens, que ainda não tinham ido à tropa nem muito conmhecido a realidade das colónias, a militar (alguns, a maioria eram simpatisdanets) na extrema-esquerda (e nomeadamente maoísta) viriam a ter, anos depois, boas carreias políticas, diplomáticas, académicas, empresariais,. etc.
"Nem mais um soldado para as colónias!"... Slogan que irritava solementye os desgraçados dos "últimos moicanos"....Afinal, alguns desses jovens, que ainda não tinham ido à tropa nem muito conmhecido a realidade das colónias, a militar (alguns, a maioria eram simpatisdanets) na extrema-esquerda (e nomeadamente maoísta) viriam a ter, anos depois, boas carreias políticas, diplomáticas, académicas, empresariais,. etc.
A verdade é que a liquidação do império (os seus cacos) sobrou para os "últimos moicanos", o Abílio Magro & Companhia...
Em suma, a expressão "último dos moicanos" ou "últimos moicanos" do Império, em setembro e outubro de 1974, em Bissau, significa a representação simbólica do fim do ciclo imperial português, mas também o início de um ciclo de esperança para os dois povos...
Em suma, a expressão "último dos moicanos" ou "últimos moicanos" do Império, em setembro e outubro de 1974, em Bissau, significa a representação simbólica do fim do ciclo imperial português, mas também o início de um ciclo de esperança para os dois povos...
Os portugueses gostam de construir pontes, e não de as deitar abaixo. A prova disso é o nosso blogue: antigos combatentes da Guiné mantém, há mais de 20 "luas", esta ponte com a Guiné as suas gentes... Mas a expressão os "últimos moicanos" tambéms e aplica a nós, editores,colaboradores permanentes, aitores, comentadores, leitores...Não sei se a geração dos nossos filhos vai querer (e sobretudo poder) manter estes laços afetivos, ou mesmo é dizer, manter aberto este ponte de diálogo, comunicação, partilha, interação...
PS - O editor LG tinha deixado o seguinte comentário no poste P15618 (e que mantém, após ter lido ou relido o poste do Albano Mendes de Matos, P27278):
(...) Há algo de pungente na tua descrição, tão singela, ingénua e ao mesmo tempo tão realista e quase cinematográfica dos últimos dias de Bissau... São pinceladas, são apontamentos, são "flashes", são pequenos detalhes de uma atmosfera, única, a da véspera de se partir, definitivamente, para casa e deixar atrás a tralha da História, e as ruínas de uma guerra, que vai, contudo, continuar a arder em lume brando...
Acho que, quem como tu, foi um dos últimos guerreiros do império, mesmo tendo sido um honestíssimo e patriótico amanuense, não mais poderia esquecer esses últimos dias, essas últimas horas...
O teu "prisioneiro da ilha das Galinhas" é um "boneco" bem apanhado!... Estou a imaginar a cara de desagrado, nojo, confusão e impotência dos nossos "maiores" (em geral, majores, tenentes coroneis e um ou outro coronel) ao tropeçar, à portas do QG, com o teu "moicanho"...
PS - O editor LG tinha deixado o seguinte comentário no poste P15618 (e que mantém, após ter lido ou relido o poste do Albano Mendes de Matos, P27278):
(...) Há algo de pungente na tua descrição, tão singela, ingénua e ao mesmo tempo tão realista e quase cinematográfica dos últimos dias de Bissau... São pinceladas, são apontamentos, são "flashes", são pequenos detalhes de uma atmosfera, única, a da véspera de se partir, definitivamente, para casa e deixar atrás a tralha da História, e as ruínas de uma guerra, que vai, contudo, continuar a arder em lume brando...
Acho que, quem como tu, foi um dos últimos guerreiros do império, mesmo tendo sido um honestíssimo e patriótico amanuense, não mais poderia esquecer esses últimos dias, essas últimas horas...
O teu "prisioneiro da ilha das Galinhas" é um "boneco" bem apanhado!... Estou a imaginar a cara de desagrado, nojo, confusão e impotência dos nossos "maiores" (em geral, majores, tenentes coroneis e um ou outro coronel) ao tropeçar, à portas do QG, com o teu "moicanho"...
Mas todos foram, "chefes e índios", tristes figurantes do filme em que os "tugas" sairam de cena... daquela parte de África aonde justamente tinham sido os primeiros, dos europeus, a chegar, em meados do séc. XV!...
Obrigado, mano Magro, por mais este delicioso naco de prosa!..
Obrigado, mano Magro, por mais este delicioso naco de prosa!..
(Revisão / fixaçáo de texto, título: LG)
________________Notas do editor LG:
(*) Último poste da série > 2 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27278: Memórias dos últimos soldados do império (7): os "últimos moicanos" - Parte IV: "Já na estrada do aeroporto, olhei para trás. Duas lágrimas saltaram-me dos olhos, recordando o sangue português derramado naquelas paragens. Era estrangeiro numa nova nação." (Albano Mendes de Matos, ex-ten SGE, GA/ e QG/CTIG,1972/74, hoje ten cor ref e escritor)
(*) Último poste da série > 2 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27278: Memórias dos últimos soldados do império (7): os "últimos moicanos" - Parte IV: "Já na estrada do aeroporto, olhei para trás. Duas lágrimas saltaram-me dos olhos, recordando o sangue português derramado naquelas paragens. Era estrangeiro numa nova nação." (Albano Mendes de Matos, ex-ten SGE, GA/ e QG/CTIG,1972/74, hoje ten cor ref e escritor)
(**) Vd. postes de: